Quando estava digitando o texto “Comer Com os Olhos”, lembrei-me de um fato de quando eu era criança. Morávamos numa casa térrea, onde contávamos com um pequeno pedaço de terra. Alí plantávamos hortaliças e uma vez resolvemos plantar abóboras.
Fiquei fascinada quando as sementes germinaram e começaram a florescer. Quando apareceu a primeira abóbora, uma de minhas tias foi logo dizendo para não apontar a abóbora com o dedo, para que ela não murchasse.
Claro que ela não soube me dar explicação convincente do porque dessa informação; querendo entender a lógica dessa orientação e também, provar se era verdade, apontei o dedo para a coitada da abóbora… rsrs. Por coincidência, no dia seguinte, lá estava a abóbora murcha; não vingou.
Ainda duvidosa do fato, “sacrifiquei” mais algumas abóboras que nasceram depois, apontando o dedo para elas, até que acabei desistindo de tirar a prova final da crendice popular e deixei as abóboras crescerem em paz; coisa mesmo de criança. Bem, claro que algumas minguaram e outras cresceram, amadureceram e eu pude saborear um delicioso doce de abóbora.
Hoje creio que ainda existem crendices populares que ainda não foram explicadas pela ciência. Entendo até ser possível que nosso corpo emita uma energia natural que influencie nosso entorno de alguma forma, porém a ciência ainda não conseguiu desvendar e, falar sobre isso, seria entrar no campo da especulação. (ver nota no final do texto)
Considerando apenas o fato e não a crença em si, muitas abóboras podem se perder no simples fato de se apontar literalmente o dedo para elas, mas sempre existirão outras que poderão substituí-las satisfatoriamente. Mas, quando apontamos o dedo, simbolicamente, para um semelhante nosso, esse apontar de dedo vem carregado de sentimentos destrutivos e julgamentos precipitados, que poderão, literalmente, tirar o brilho, a auto-estima, a auto-confiança, a força de vontade e também a esperança de alguém.
Biblicamente sabemos que nosso corpo é o Templo do Espírito Santo; assim, através da fé, confiança e comunhão íntima com Deus, permiremos que o Espírito Santo de Deus tenha liberdade de agir através de nossas vidas. Dessa forma, quando “apontarmos nosso dedo” para alguém, que seja para abençoar e não para maldizer.
Jesus Cristo nos deixou como ensinamento: “Não julguem, e vocês não serão julgados. Não condenem, e não serão condenados. Perdoem, e serão perdoados. Dêem e lhes será dado: uma boa medida calcada, sacudida e transbordante será dada a vocês. Pois a medida que usarem, também será usada para medir vocês.” (Bíblia NVI, Lc. 6: 37-38).Por Sonia Valerio da CostaEm 23/10/2010
PS: Sempre releio meus textos e, agora que elaborei um Índice Geral para este Blog, pude perceber que a forma como me expressei neste Post, estava proporcionando uma dupla interpretação quanto ao que penso a respeito do assunto abordado.
Com isso, decidi inserir um complemento explicativo, esclarecendo meu pensamento sobre “crendices populares”.
Entendo que algumas são totalmente fora de propósito, pois foram criadas sobre fatos aleatórios que aconteceram diversas vezes, mas de forma incidental, e por isso foram sendo passadas de geração para geração, como se fossem lei. Temos um exemplo bastante divulgado atualmente que já sabemos que é mentira, é que tomar suco de manga com leite, faz mal para saúde.
As investigações provaram que essa mentira começou a ser espalhada pelos Senhores das senzalas que não queriam que os escravos tomassem leite. Quanto ao fato das abóboras murcharem ao apontarmos o dedo para elas, apesar de ter presenciado isso em minha infância, não é passível de crédito, pois não existe lógica nisso.
Espero que com este texto complementar, tenha conseguido deixar claro que minha fé está fundamentada na Palavra de Deus e não em superstições ou crendices populares.