Estamos vivendo num momento como o da Parábola das dez virgens, apresentada por Jesus (Mt. 25:1-13), onde a escuridão espiritual tem tomado conta da humanidade. Nesta reflexão quero falar sobre a frase encontrada no versículo 6 desse texto: “à meia-noite ouviu-se um clamor”. Meia-noite é o horário onde as trevas se tornam mais densas e também é o momento que marca o início de um novo dia. Entendo que a escuridão espiritual tem sido consequência da degradação moral, social, política, educacional, cultural, religiosa e econômica, onde nossas forças acabam sendo minadas devido às dificuldades que enfrentamos diariamente, tentando combater a decadência de valores morais e éticos, distorcidos sorrateiramente em nossa sociedade atual.
Hoje a humanidade está dividida e polarizada, da mesma forma que as dez virgens desta parábola. Quando o resultado de uma votação é o empate, se faz necessário a manifestação de uma pessoa neutra ao assunto, para que possa expressar seu voto e assim haver uma definição de maioria. A dificuldade que enfrentamos hoje é a implantação do “nós e eles” para todas as áreas da nossa sociedade, causando uma polarização inconsequente, nefasta e destrutiva; essa postura não traz solução para os problemas da humanidade, porque ao invés de buscarmos um denominador comum, acabamos nos autodestruindo onde cada lado pensa estar com a razão.
Assim como aquelas dez virgens (tanto as loucas quanto as sensatas) estavam dormindo devido à demora da chegada do noivo, percebo que existe uma sonolência espiritual tomando conta da humanidade, o que tem trazido um desânimo generalizado e gerando a postura de rendição de nem mesmo exercer o direito de voto nas eleições, pois entendem que nada vai mudar e que, portanto, não adianta mais lutar pelos ideais que acreditam.
Ao ouvirem um clamor: “Aí vem o esposo, saí-lhe ao encontro”, as dez virgens acordaram e foram conferir se suas respectivas lâmpadas estavam em ordem. Para a decepção de cinco delas, suas lâmpadas se apagavam, pois não tinham providenciado azeite suficiente para iluminar a caminhada que fariam junto ao esposo. As outras cinco que haviam providenciado azeite suficiente, não puderam compartilhar de sua reserva, pois acabaria faltando para todas. Contextualizando essa parábola com os dias atuais, precisamos estar atentos ao clamor que está sendo evocado pelos quatro cantos da terra, e entendemos que essa é a voz do Espírito Santo nos despertando para buscarmos bagagem suficiente, tanto em unção (Is. 10:27b), quanto em conhecimento (Sl. 119:105 e 130), para que a luz do Evangelho de Jesus Cristo possa iluminar os que ainda estão em trevas espirituais.
Um reino dividido não consegue subsistir. Como o mundo está dividido e polarizado proporcionando diversas convulsões sociais, lembremos que Jesus Cristo, que é nosso intermediador diante de Deus o Pai, nos orientou que orássemos clamando para que o Reino dos Céus viesse sobre nós, a fim de que a vontade do Pai fosse feita aqui na terra assim como é no céu, trazendo sobre nós Sua Justiça e Retidão (Mt. 6:9-13). Jesus Cristo, o nosso Salvador, é quem vai por fim à polarização de opiniões pois exercerá um governo justo durante o período milenar que se aproxima.
“Onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Rm. 5:20b), portanto, mesmo vivendo um tempo de meia-noite de pecado, desobediência e iniquidade, a graça imerecida de Deus nosso Pai está disponível para envolver a todos os que a aceitarem, pois cremos que está raiando um novo dia de justiça para a humanidade; não mais uma justiça humana, mas uma justiça divina, porque Deus possui uma balança fiel e justa. Ele não julga pela aparência, mas sim pelas intenções do coração (1Sm 16:7). Ef. 2:1-10 e Tt. 3:3-7.
Por Sonia Valerio da Costa
Em 11/11/2020
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