Com as academias fechadas devido a pandemia do covid-19, durante a quarentena, decidi me exercitar fazendo caminhadas virtuais. Seguindo pelas trilhas gravadas comecei a meditar e comparar esse exercício com nossa vida real, onde aprendemos a crescer e amadurecer nos nossos relacionamentos, tanto com as pessoas com as quais convivemos, quanto com o Deus que adoramos.
Aprendi diversas lições com essas caminhadas pelos vales e pelas montanhas, tanto em terrenos pedregosos, quanto escorregadios como a neve. Muitas vezes podemos correr, mas em outras situações temos que caminhar e até mesmo parar para sondar o terreno e decidir o melhor caminho para atravessar os obstáculos.

Quando estamos no vale e olhamos para as montanhas, não conseguimos visualizar os caminhos incrustrados nas encostas, porque da perspectiva de baixo para cima, não conseguimos identificá-los. No vale, tudo é mais tranquilo e temos mais fácil acesso às nossas necessidades básicas. Na montanha o acesso fica mais difícil, mas nos instiga a desenvolver e aperfeiçoar nossos reflexos, ficando mais atentos com os obstáculos que surgem diante de nós.
Quando estamos na montanha nossa visão se amplia pois conseguimos enxergar o cenário, mais longe e de forma mais ampla. Do alto podemos avistar tudo o que esteja se aproximando, seja de perigo ou de salvação.

Comparando essa reflexão com nossa caminhada com Deus, entendemos que podemos ter comunhão com Ele, tanto nos vales, quanto nas montanhas, pois Ele é o mesmo para com todos os que O buscam (1 Rs. 20:28). A diferença está nas experiências que adquirimos quando decidimos escalar posições mais elevadas espiritualmente falando.
Quando saímos do vale, nos damos a oportunidade de aprender, de crescer e de interagir com a natureza, com a sociedade e também trabalhamos nossas emoções e nossos relacionamentos. Em nossa caminhada, podemos andar, correr e até mesmo saltar; somente temos que ficar atentos ao terreno que estamos pisando, para que nossos passos sejam firmes e seguros, de forma que não venhamos a escorregar e sofrer escoriações.
Essa interatividade acontece em nossa vida social, emocional, profissional e espiritual. Podemos alcançar nossos objetivos e realizar os nossos sonhos, porém sempre seguindo com cautela para que não venhamos a nos machucar e também não prejudicar aquelas pessoas com as quais convivemos no nosso dia-a-dia.
Muitas vezes o caminho é tão estreito, que precisamos ter o bom senso de solicitar a passagem, ou ter a gentileza de deixar que os outros passem a nossa frente. Outras vezes o caminhar se torna possível apenas através de um orifício estreito e constrangedor de uma pedra, mas o lema é sempre seguir em frente, com os nossos sentidos focados em nosso alvo.
O Deus que cremos e servimos está sempre disposto a nos abençoar e realizar nossos sonhos, mas Ele sempre nos ensina que há tempo para todas as coisas debaixo do sol (Ecl. 3:1-8). Saibamos esperar o tempo certo, pois muitas vezes queremos atropelar determinadas situações, não percebendo que os obstáculos é que nos permitem refletir e amadurecer nossas potencialidades até o momento que estejamos realmente preparados, para assumir a posição que almejamos no princípio de nossa caminhada.
As caminhadas virtuais nos trazem reflexões sobre a melhor conduta de vida, para que nossos relacionamentos, tanto horizontais, quanto verticais, sejam saudáveis e construtivos.
Seja qual for o seu sonho, te convido a sair do vale e seguir em direção ao cume das montanhas. A adrenalina nos dá um desconforto prazeroso que até chega a seja contraditório, porém nos faz sentir vivos e desperta a nossa identidade, revelando o propósito de Deus para as nossas vidas.
Caso você desejar exercitar caminhadas virtuais, deixo alguns vídeos abaixo como sugestão:
Por Sonia Valerio da Costa
Em 29/07/2020
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