Sabemos que só na Índia existem mais de 330 milhões de deuses: quase que uma divindade para cada devoto. Além dos deuses do Hinduísmo, ainda temos o do Budismo, do Cristianismo, do Judaísmo, do Islamismo, do Espiritismo e também o Ateísmo que não crê em nenhuma divindade. Por respeitar as diferentes crenças de cada um, não vou entrar no mérito da questão e nem mesmo avaliar os poderes atribuídos a cada um de seus respectivos deuses.
Diante de tão grande diversidade de deuses quero refletir um pouco sobre o Deus Criador, pois é sobre Ele que a humanidade geralmente lança culpa, quando tragédias da natureza dizimam milhões de vidas. Interessante, é que quando acontece algo de bom, cada um reporta tal fato ao seu próprio deus, que adora e venera, ou até mesmo para si próprio; nunca vi alguém colocar a culpa das tragédias em algum outro deus, que não o Deus Criador. Será porque, instintivamente, o homem reconhece que apenas o Deus Criador é que interage com os seres humanos? Ou é porque consideram que somente Ele é o deus carrasco, que manifesta sua ira, punindo a humanidade com pragas, seca e miséria?
Pensando nestes questionamentos, me surgem novas perguntas:
1) as demais divindades interagem com os seres humanos, disponibilizando seus favores, ou só buscam rituais de adoração para que seus poderes e soberania sejam venerados?
2) quando acontecem tragédias na natureza, seria mesmo uma forma dos deuses extravasarem sua ira, penalizando seus devotos?
3) e por último, se faz necessário mesmo, cumprir rituais para contentar e acalmar os deuses?
No princípio quando Deus criou os céus e a terra disse: “Façamos o homem à nossa imagem conforme à nossa semelhança” (Gn.1.26). Desde então Deus buscou relacionar-se com o homem que criou e ordenou-lhe que dominasse sobre todos os animais terrestres, marítimos, as aves dos céus, erva verde e também sobre a terra, sujeitando-a. (Gênesis 1-3). O domínio foi dado ao homem, mas este, de livre e expontânea vontade, desobedecendo as orientações divinas, escolheu submeter-se ao domínio do ser que falou através da serpente. Mesmo assim, Deus não deixou o homem à sua própria sorte, mas sempre buscou interagir com a humanidade para mostrar o melhor caminho.
Assim, já respondo meu primeiro questionamento, que o Deus Criador sempre procurou o homem para conversar, vejamos alguns exemplos: Caim (Gn. 4:7); Dilúvio (Gn. 6-9); Torre de Babel (Gn.11); Abraão (Gn. 12); Isaque (Gn. 26); Jacó (Gn. 28 e 32:22-32); Moisés (Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio); Josué (Josué); Samuel (1 Sm. 3); Davi (1Cr. 17); Salomão (2 Cr.1); Isaías (Is. 6); Jeremias (Jr. 18); Ezequiel (Ez. 37); Daniel (Dn. 10); Zacarias e Maria (Lc. 1); José (Mt. 2:13); Saulo/Paulo (At. 9:4); João (Apocalipse), etc.
Quanto ao segundo e terceiro questionamento sobre as tragédias da natureza e a ira dos deuses, entendemos que além do homem não conseguir dominar a natureza e muito menos respeitá-la (Gn. 1:28), não existem registros de que outros deuses tenham relacionamento direto com o homem, se não o Deus Criador. As coisas ruins acontecem, porque nós nos afastamos dEle, e não porque Ele se afasta de nós ou está querendo nos penalizar.
Deus ama e sempre amou o homem que criou (Jo. 3:16), tanto que enviou seu próprio Filho Jesus Cristo, para através dEle, habitar entre nós. Jesus Cristo é também chamado de Emanuel, que significa “Deus conosco” (Mt. 1:23). Gosto muito do atributo divino paternidade, pois o próprio Jesus, Seu Filho, nos ensina a orar o Pai Nosso: “Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia nos dá hoje; e perdoa as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores; e não nos induza à tentação; mas livra-nos do mal; porque teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém”. (Mt. 6:9-13)
Assim, através de Jesus, continuamos a ter comunhão com Deus e também conhecer e colocar em prática Suas orientações para que, enquanto tivermos vida aqui nesta terra, vivamos com alegria e qualidade de vida. Quando entrarmos no sono eterno, seremos recebidos na glória por nosso Deus Pai (1 Ts. 4:13-18). Se quisermos conhecer a Deus, olhemos para Jesus Cristo Seu Filho (Jo. 14:6, 9). Deus, como um verdadeiro Pai, se preocupa tanto com o nosso bem-estar, que Ele quer fazer morada em nós (Jo. 14:23).
O Apóstolo Paulo, que teve um encontro com Jesus no caminho de Damasco (At. 9:4), respeitando a forma de cada crença daquela época, para esclarecer que Jesus refletia a vontade de Deus, escreveu que, para os judeus Jesus seria entendido como a Luz de Deus, para os gregos Jesus seria o Conhecimento de Deus e para os romanos, Jesus seria a Glória de Deus. “Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo”(2 Cor. 4:6).
Eu prefiro ver Deus através de Jesus, como o meu Pai, pois considerando-O como Pai, tenho a percepção de maior intimidade com Ele; converso constantemente com Ele, pois quem tem intimidade com seu Pai, não precisa marcar hora para conversar com Ele (Jo. 15:7).
Fica a pergunta? Como você vê e se relaciona com o seu Deus?
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